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Arte na Antiguidade

Foto do escritor: Ellyn Lago Ellyn Lago

Atualizado: 12 de abr. de 2024

Do quarto ao primeiro milênio antes de Cristo, no Egito, a arte deixa de ser pré-histórica. Com o surgimento da escrita, a sofisticação das técnicas de construção e o desenvolvimento da simetria, a arte ganha princípios rigorosos de ordenação e acabamento. Entre as civilizações que se desenvolveram na Antiguidade, a arte ocupou um lugar de destaque, dialogando diretamente com o modo de vida dos povos que se fixavam tanto no Oriente quanto no Ocidente.


Pintura do túmulo de Nebamun que mostra o faraó caçando


Ao entrarmos na Antiguidade, que se estende até as primeiras expressões da arte cristã. Nesse período, as civilizações eram profundamente marcadas pelo simbolismo.


Algumas manifestações artísticas incluem:

  • Arte Mesopotâmica: Notável pelas imponentes ziggurats e relevos em argila.

  • Arte Egípcia: Conhecida por suas pirâmides, esfinges, relevos e pinturas funerárias.

  • Arte Grega: Famosa por suas esculturas, arquitetura e cerâmica.

  • Arte Romana: Caracterizada por sua arquitetura grandiosa, mosaicos e esculturas.

  • Arte Paleocristã ou Cristã Primitiva: As primeiras expressões artísticas do cristianismo, produzidas para ou pelos cristãos.

Para melhor entendimento, caminharemos por essas artes e conheceremos as características únicas de cada uma delas.


Arte Mesopotâmica

A Mesopotâmia não era um país, em si, mas uma região geográfica: era um vale, entre os famosos rios Tigre e Eufrates, onde atualmente é o Iraque. As primeiras comunidades que se assentaram na região o fizeram por volta de 6000 a.C., durante a transição do Neolítico à Idade do Cobre. Os principais povos mesopotâmicos foram: os sumérios, os acádios, os assírios, os caldeus e os babilônicos.

Suas produções tinham como objetivo retratar a história, a política, a religião, as forças da natureza e as diversas conquistas dos povos que habitaram o local até o século VI a.C.

Podemos citar como principais materiais utilizados para a produção da arte mesopotâmica a argila, o adobe, a terracota, a cerâmica, o cobre, o bronze, o basalto, o ouro, a prata, o estanho, o alabastro, o junco, o marfim e ainda, diversas pedras preciosas.


A arquitetura mesopotâmica foi a mais desenvolvida das artes desse período, sendo marcada pela grandiosidade das formas. A escultura e a pintura possuíam a mesma finalidade decorativa, ou seja, elas foram produzidas para decorar os espaços arquitetônicos.

"Os Reis da Assíria", uma escultura em relevo

do Império Assírio.


Arte Egípcia

A arte egípcia foi marcada pela riqueza e engenhosidade características do Egito Antigo. Os egípcios não entendiam a arte da mesma maneira que nós, e suas obras artísticas eram, em geral, anônimas, porque eram produzidas com alguma finalidade, em geral, religiosa, ideológica ou cosmológica; sendo, geralmente, feitas sob encomenda.

Outra preocupação importante dos egípcios em relação a sua arte é que ela fosse simétrica, de maneira a garantir sua harmonia — um conceito importante na cosmologia egípcia. Para os egípcios, a ideia de harmonia era fundamental para o equilíbrio do Universo.

Além da simetria, os desenhos são considerados bidimensionais - já que não possuem profundidade - e aqueles retratados na arte egípcia foram representados sem emoções, isto é, sem demonstrar alegria ou tristeza, porque o propósito da arte era apenas guiar o morto em sua jornada na vida após a morte.

A arte egípcia se iniciou no período Pré-Dinástico, de 6000 a.C. a 3150 a.C., manifestando-se por meio de pinturas em rochas e peças de cerâmica. No período seguinte, chamado de Tinita ou Arcaico, o grande destaque da arte egípcia foi uma placa cerimonial chamada Paleta de Narmer.

Já no Antigo Império (2613-2181 a.C.), a arte passou por um processo de padronização conduzido pelas elites e se estabeleceu o padrão estético de Mênfis, capital egípcia. Isso foi evidenciado por uma série de estátuas que remetem a esse período e que possuem muitas similaridades.

O Primeiro Período Intermediário (2181-2040 a.C.) ficou marcado por uma maior liberdade artística no Egito Antigo, e, com isso, cada província egípcia pôde produzir arte de acordo com suas preferências estéticas e interesses.

O período seguinte, conhecido como Médio Império (2040-1782 a.C.), foi marcado por muitas mudanças nas artes egípcias, com ênfase nas grandes construções, como estátuas, e as pinturas, que passaram a ser desenhadas em um estilo mais realista, incluindo também representações de pessoas das camadas mais baixas da sociedade egípcia. No período subsequente, o Segundo Período Intermediário (1782-1570), a arte egípcia manteve as características do período anterior.

Do Novo Império (1570-1069 a.C.), destacaram-se obras como a máscara mortuária do faraó Tutancâmon. Em geral, a arte egípcia desse período é entendida como de grande qualidade, pois foi quando as técnicas egípcias se aprimoraram, principalmente pelo contato com outras culturas.

O Terceiro Período Intermediário (1069-525 a.C.) e a Época Baixa (525-332) ficaram marcados por certa influência persa e pela permanência de estilos que remontam ao período do Novo Império. O Período Ptolomaico (323-30 a.C.) ficou marcado por forte influência da cultura grega na arte egípcia, e os romanos influenciaram a arte egípcia de 30 a.C. a 646 d.C.

Máscara mortuária do faraó Tutancâmon.


Um dos grandes destaques da arte egípcia é, sem dúvidas, a sua arquitetura, com destaque para as pirâmides, as construções mais simbólicas desse povo da Antiguidade. As pirâmides só começaram a ser construídas no terceiro milênio a.C., e a primeira a ser construída foi a Pirâmide de Djoser, no século XXVII a.C.. As maiores pirâmides egípcias foram mesmo as Pirâmides de Gizé, sepulcros dos faraós Quéops, Quéfren e Miquerinos.


As Pirâmides de Guizé foram escolhidas como uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo.


Arte Grega

A arte grega foi considerada livre, pois valorizava o homem, como sendo o ser mais importante do universo. A inteligência humana era superior à fé, encontrada na civilização egípcia. O dia a dia, a natureza e as manifestações dos gregos eram retratadas na arte. Eles procuravam o equilíbrio e a harmonia, pois estavam em busca da perfeição. Suas características são buscar a beleza das coisas, a superioridade do homem, a razão e a democracia.

A arte grega passou pelos períodos arcaico, clássico e helenístico, e cada uma dessas fases históricas, influenciou a elaboração das obras.


As pinturas e esculturas eram concebidas a fim de serem belas e assim perfeitas, de acordo com os princípios da filosofia grega. As artes foram ainda influenciadas pelas próprias civilizações com as quais a Grécia se relacionava. Afinal, a Magna Grécia, compreendeu possessões na costa da Turquia, Macedônia, e sul da Itália.

Jovem dança ao som da flauta.


As pinturas mostravam harmonia e rigor nos detalhes. No que respeita às cores, seguia-se o seguinte padrão: figuras negras sobre fundo vermelho ou figuras vermelhas e douradas sobre fundo negro ou fundo branco.

Os grandes templos erguidos pelos gregos tinham o propósito de prestar culto aos seus deuses. Uma das suas características é a utilização das colunas e a simetria entre a entrada e os fundos do templo. Igualmente, as praças eram importantes dentro da polis grega, pois eram um local de encontro e de passagem para seus habitantes.


Aspecto exterior do Panteão de Atenas, na capital da Grécia.


Esta arte se manifesta nas esculturas dos deuses e dos atletas cuja perfeição dos detalhes dos corpos tornam os gregos excepcionais nessa manifestação artística. As esculturas, chamada de kouros - homem jovem e korés - mulher jovem, eram inicialmente feitas de mármore. Encontravam-se numa posição rígida e simétrica com o objetivo de dar-lhes equilíbrio.




Exemplos das primeiras esculturas gregas em que a mulher estava vestida e o homem, nu.


Arte Romana

A arte romana foi produzida pelo povo pertencente à Roma Antiga e perdurou aproximadamente do século VIII a.C. ao século IV d.C.

Foi fortemente influenciada pelos etruscos e gregos, sendo que as manifestações artísticas mais significativas remontam ao estabelecimento da República no ano de 509 a.C.

A arte desse período é dividida em arte da Roma Republicana (antes de 27 a.C.) e a da Roma Imperial (do ano 27 a.C. em diante).

A arquitetura foi a maior de todas as expressões artísticas dos romanos. Nela, a característica que mais se destaca é o uso dos arcos. As esculturas romanas, por sua vez, são essencialmente cópias das originais gregas, nelas, o realismo é uma característica marcante. A pintura romana, por sua vez, foi classificada em quatro estilos, caracteriza-se ora pelo colorido das paredes, ora pelo ilusionismo ou pela riqueza de detalhes.

Na arquitetura romana tem destaque a construção de portais, aquedutos, prédios, monumentos e templos. Eles foram erigidos com praticidade e inovação, como no caso do uso do arco e da abóbada nas construções.

Essas estruturas amorteceram o emprego das colunas gregas e acrescentaram os espaços internos. Ademais, foram levantados anfiteatros que, com a tecnologia das abóbadas e arcos, abrigavam um grande número de pessoas, do qual grande exemplo é o Coliseu, em Roma.


Coliseu, anfiteatro romano, acomodava mais de 40 mil pessoas para assistir os espetáculos.


As pinturas romanas eram realizadas em murais (afrescos) e possuíam tridimensionalidade. Os materiais utilizados variavam de metais em pó, vidros pulverizados, substâncias extraídas de moluscos, pó de madeira e até seivas de árvores.

Além dos afrescos, encontramos mosaicos romanos por todas as partes do Império. Eles variam de modelos contemplativos de tesselas brancas e negras até as composições figurativas de várias cores.

Nessa pintura romana, o centauro Quíron

ensina Aquiles a tocar a lira. Afresco, Itália.


A escultura romana era de caráter realista, posto que eles não representavam o "belo", mas as pessoas retratadas fidedignamente. Entretanto, os artistas romanos, por terem intenso contato com a arte grega, acabaram sendo influenciados por ela também na escultura. Ocorreu, então, uma junção entre o estilo grego com novas concepções romanas.


Escultura romana. Fragmento do Altar da Paz, dedicado à deusa Pax.


Arte Paleocristã ou Cristã Primitiva

A arte paleocristã é uma expressão artística que surgiu no contexto do Império Romano e representa a transição entre o paganismo e o cristianismo. Este estilo artístico desenvolveu-se entre os séculos I e VIII d.C., marcando o início da iconografia cristã.

Essa arte nasceu em um período de perseguições aos cristãos, que durou até o Edito de Milão em 313 d.C., quando o imperador Constantino legalizou o cristianismo. Antes disso, os cristãos utilizavam as catacumbas para realizar seus cultos secretamente e para sepultar seus mortos, já que a crença na ressurreição os impedia de cremar os corpos.


As primeiras igrejas cristãs foram construídas seguindo o modelo das basílicas romanas, espaços públicos usados para reuniões e comércio. Essas basílicas foram adaptadas para o culto cristão, com a adição de elementos como o altar e o ambão. A arquitetura paleocristã é caracterizada pela simplicidade e pela funcionalidade, refletindo a necessidade de criar espaços para grandes assembleias de fiéis.

Afrescos da antiga Catacumba Cristã/Bizantina;

de Comodilla, Roma.


A arte paleocristã utilizou uma variedade de símbolos para representar temas bíblicos e conceitos cristãos. Alguns dos símbolos mais comuns incluem o peixe (ichthys), que era um acrônimo para “Jesus Cristo, Filho de Deus, Salvador”, o bom pastor, que representava Cristo cuidando de seu rebanho, e o chrismon, um monograma de Cristo formado pelas letras gregas chi (Χ) e rho (Ρ).

As pinturas nas catacumbas e os mosaicos nas basílicas são exemplos notáveis da arte paleocristã. Eles retratavam cenas bíblicas, santos e mártires, e eram usados para ensinar os princípios do cristianismo aos fiéis, muitos dos quais eram analfabetos.


A arte paleocristã foi influenciada pela arte greco-romana, mas também incorporou elementos de outras culturas com as quais o cristianismo entrou em contato. Seu legado pode ser visto na arte bizantina, que continuou a desenvolver a iconografia cristã, e na arte medieval ocidental.


A Catacumba de San Gennaro.


Espero que com essa publicação você possa ter conseguido aprender e entender um pouco mais sobre a Arte na Antiguidade! Não se esqueça, se você se interessou e quer ficar por dentro, acompanhe o Vibrance Art!



Qual Arte na Antiguidade foi a sua favorita?

  • Arte Mesopotâmica

  • Arte Egípcia

  • Arte Grega

  • Arte Paleocristã


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